É, nos últimos anos, um dos gestos editoriais mais ousados na área do teatro: as Edições Húmus preparam-se para publicar, de uma assentada, 14 obras inéditas de Abel Neves (Montalegre, 1956), um dos dramaturgos portugueses mais prolíficos, cujos textos, segundo o crítico (e também dramaturgo) Jorge Louraço Figueira, constituem a prova da “vitalidade da dramaturgia de expressão portuguesa”. São 14 volumes de literatura dramática que a editora Húmus soma ao seu crescente catálogo de teatro, no qual constam também os títulos da coleção de textos dramáticos do TNSJ. Sobre as personagens que habitam o teatro de Abel Neves, a ensaísta e investigadora teatral Alexandra Moreira da Silva fez notar: “Sonhadoras de universos, vivem frequentemente no fio da navalha, divididas entre força e fragilidade […]. Se parecem ter os pés bem assentes na terra, os seus pensamentos projetam-se em espaços mais abertos, mais disponíveis, em busca de harmonia e de absoluto.”