Na reabertura do Teatro São João, na passada sexta-feira, 22 de outubro, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, atribuiu a Medalha de Mérito Cultural a Salvador Santos, pelo seu percurso profissional exemplar e pelos seus contributos para as artes cénicas em Portugal.
Perante a sala cheia do Teatro São João, no momento que antecedeu a pré-apresentação do espetáculo Lear, Ricardo Pais, ex-diretor do Teatro Nacional São João, elogiou o percurso profissional e as qualidades pessoais do homenageado: “tem uma memória ativa desarmante, mas não confunde artifício com arte. Calcula com precisão o tempo que cada criação exige.”
“Lê como os atores, como os criadores leem. Claro que todos lemos diferentemente a mesma peça, mas o diretor de produção lê daquele lugar de onde se avista o ponto de equilíbrio entre sentido, organização e método. A direção de produção é a arte de desenhar esse ponto de equilíbrio e fazer-lhe as contas. O sopro por vezes sibilino do nosso Salvador é a marca discreta do artesão.”
Num discurso de agradecimento em que recordou os seus primeiros passos no teatro, Salvador Santos lembrou todos os profissionais de teatro com quem trabalhou e em particular os do Teatro Nacional São João, “uma casa não só de criação e de divulgação de teatro”, mas também “um espaço de formação”.
Antes, já o presidente do conselho de administração, Pedro Sobrado, tinha sumarizado o percurso que excede o trabalho prestado no São João de um “homem de teatro exemplar”, “conhecido e muito admirado por artistas e fazedores de teatro de várias gerações”.
Salvador Santos foi ator, ponto teatral, técnico de som, técnico de luz e diretor de cena. No Teatro Nacional São João, ocupou o cargo de subdiretor em dois momentos diferentes, entre 1997 e 2007, bem como o de vogal do conselho de administração, com os pelouros da direção técnica e de produção, até 2014, antes de se aposentar, em 2015.
25 de outubro de 2021