Nuno Cardoso reconduzido como diretor artístico do Teatro Nacional São João

Nuno Cardoso, diretor artístico do Teatro Nacional São João desde 2019, foi reconduzido no cargo para o período de 2022-2024, de acordo com um despacho assinado pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e pelo secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz.

Como criador, Nuno Cardoso tem vindo a desenvolver um universo estético próprio, coerente, que tanto se aplica a adaptações de textos contemporâneos como de clássicos, muitas vezes em colaboração com o cenógrafo F. Ribeiro e o desenhador de luz José Álvaro Correia. E tanto cria espetáculos de palco como desenvolve projetos mais experimentais com comunidades, cruzando profissionais e não profissionais.

Nuno Cardoso nasceu em Canas de Senhorim, em 1970. Enquanto estudante universitário, iniciou a sua carreira em 1994, no CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. No mesmo ano, no Porto, foi cofundador do coletivo Visões Úteis, onde se estreou como encenador. No Teatro Nacional São João, encenou O Despertar da Primavera, de Wedekind (2004); Plasticina, de Vassili Sigarev (2006); e Woyzeck, de Büchner (2005). Com A Morte de Danton, de Büchner (2019), assina a sua primeira encenação enquanto diretor artístico do São João, a que se seguiria, em 2020, Castro, de António Ferreira, O Balcão, de Genet, e em 2021, Espectros, de Ibsen, KastroKriola, de Caplan Neves, a partir de António Ferreira, e Lear, de Shakespeare.

Entre 1998 e 2003, assegurou a direção artística do Auditório Nacional Carlos Alberto e, entre 2003 e 2007, do Teatro Carlos Alberto, integrado já na estrutura do São João. Em 2007, assume a direção artística do Ao Cabo Teatro, cargo que manteve até 2018. Para esta companhia, encenou inúmeros espetáculos, com textos de autores como Sófocles, Ésquilo, Racine, Molière, Tchékhov, Ibsen, Eugene O’Neill, Tennessee Williams, Friedrich Dürrenmatt, Sarah Kane, Marius von Mayenburg, entre outros. Destaquem-se as suas incursões nos territórios dramáticos de Tchékhov (Platónov, A Gaivota e As Três Irmãs, 2008-11) e de Shakespeare (Ricardo II, Medida por Medida, Coriolano e Timão de Atenas, 2007-18). Platónov (2008) foi eleito o melhor espetáculo do ano pelo jornal Público, obtendo também uma menção honrosa da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro. Demónios, de Lars Norén, recebeu o Prémio Autores 2016 da SPA, na categoria de Melhor Espetáculo.

_

18 de julho de 2022