As palavras de Ana Luísa Amaral voltaram ao palco do Teatro São João. No passado dia 26 de novembro, o Teatro Nacional São João prestou um tributo à poeta que tantas vezes colaborou connosco (em ensaios, conferências, seminários, traduções e textos).
A leitura encenada Diz Toda a Verdade Mas Di-la Oblíqua – título com origem num verso de Emily Dickinson, um dos autores que Ana Luísa Amaral traduziu – incluiu poemas da própria Ana Luísa Amaral, mas também de Shakespeare, Louise Glück, Elizabeth Bishop ou John Updike, selecionados pela ensaísta (e amiga) Rosa Maria Martelo.
Os poemas foram lidos por atores do elenco de Bruscamente no Verão Passado, a peça de Tennessee Williams que Ana Luísa Amaral traduziu para o Ensemble – Sociedade de Actores e que esteve pela primeira vez em cena no Teatro São João. A leitura foi dirigida por Afonso Santos e contou com a participação de Emília Silvestre, Marta Bernardes, Pedro Mendonça e Pedro Barros. A nova tradução de Ana Luísa Amaral da peça Bruscamente no Verão Passado foi publicada este mês pelo Teatro Nacional São João. O livro integra a coleção de textos dramáticos do TNSJ editada pelas Edições Húmus.
Ana Luísa Amaral foi investigadora, professora, ensaísta, ficcionista, tradutora e, antes de mais e depois de tudo, poeta, “porque tinha mesmo de o ser”. Bruscamente, neste Verão, perdemos de vista Ana Luísa Amaral, mas as suas palavras continuarão, por muitas estações ainda, a fazer-nos companhia, a servir-nos de exemplo.
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28 de novembro de 2022