Finisterra: Já começou o novo gesto internacional do Teatro Nacional São João

Finisterra – Mostra de Espetáculos Internacionais arrancou no dia 27 de janeiro com Iphigénie. Até 25 de fevereiro, há mais quatro espetáculos a subir aos palcos do Teatro Nacional São João.

Finisterra é o novo gesto internacional do Teatro Nacional São João, após a produção de dois espetáculos em parceria com teatros nacionais de Espanha e França. Entre 27 de janeiro e 25 de fevereiro, o São João organiza uma mostra de espetáculos internacionais inspirados na tragédia grega e projetados em conjunto por dez teatros nacionais de Espanha, França, Luxemburgo, Roménia, República Checa, Eslováquia, Bulgária, Eslovénia, Sérvia e Grécia. Finisterra é um projeto gerado no interior da União dos Teatros da Europa – rede que o TNSJ integra desde 2003 –, em que cada produção resulta da parceria de dois teatros nacionais, nos quais é levada à cena. Depois da estreia nos países de origem, os espetáculos são sequencialmente apresentados nos palcos do Teatro São João e do Teatro Carlos Alberto ao longo de um mês.

Iphigénie, Decalogue of Anxiety, Prometheus ’22, Focs/Vatre e Iokasté são os títulos dos cinco diálogos internacionais que resultaram desta colaboração europeia. Tomando como mote a matriz clássica da tragédia, as coproduções procuram refletir sobre a experiência da catástrofe, questionando o impacto da pandemia ou o recrudescimento dos nacionalismos no continente europeu.

A mostra de espetáculos internacionais Finisterra arrancou com Iphigénie, uma produção do Théâtre National de Strasbourg coproduzida pelo TNSJ, com texto de Tiago Rodrigues e encenação de Anne Théron. Depois de uma digressão por França que começou com a abertura do Festival d’Avignon, o espetáculo em língua francesa esteve em cena no Teatro São João no dias 27 e 28 de janeiro. Segue-se agora a peça Decalogue of Anxiety, uma coprodução búlgaro-luxemburguesa com dramaturgia de Florian Hirsch, do Théâtre National du Luxembourg, e direção artística de Margarita Mladenova e Ivan Dobchev, do Theatre Laboratory Sfumato. O espetáculo em língua portuguesa, inglesa, alemã, francesa, castelhana, grega e búlgara chega ao palco do Teatro Carlos Alberto nos dias 3 e 4 de fevereiro.

A 10 e 11 de fevereiro, o Teatro Nacional São João acolhe o regresso do encenador romeno-húngaro Gábor Tompa, autor da encenação de À Espera de Godot recentemente produzida pelo TNSJ. Acompanhado por Ágnes Kali, Gábor Tompa propõe-nos Prometheus ’22, uma coprodução dos romenos Hungarian Theatre of Cluj e Constanţa State Theatre e do esloveno SNT Drama Ljubljana. O espetáculo em esloveno, romeno, húngaro e inglês é uma homenagem ao dramaturgo Samuel Beckett. Nos dias 17 e 18 de fevereiro, sobe também ao palco do Teatro São João o espetáculo Focs/Vatre – catalão e sérvio para “fogos” – encenado por Carme Portaceli, diretora do Teatre Nacional de Catalunya, instituição que o produz em parceria com o sérvio Yugoslav Drama Theatre.

A fechar o Finisterra, o Teatro Carlos Alberto recebe Iokasté, uma coprodução checo-eslovaca, falada em ambas as línguas, com texto e encenação do encenador eslovaco Lukáš Brutovský. Depois de já ter estreado nas instituições produtoras, o Prague City Theatres e o Slovak Chamber Theatre – SKD Martin, o espetáculo apresenta-se no Porto nos dias 24 e 25 de fevereiro.

Mais informações sobre o Finisterra – Mostra de Espetáculos Internacionais aqui.

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2 de fevereiro de 2023