O Maat Saxophone Quartet apresenta um programa feito de música “nova”. Negarehaye Rangin (“impressões coloridas”, em farsi), escrita para o quarteto pelo iraniano Ramin Amin Tafreshi, inspira-se na música folclórica do Irão, correspondendo cada andamento a uma canção tradicional de uma região do país. Pantomima, de Nuno Lobo, em estreia nacional, colhe inspiração no tema homónimo de Carlos Paredes. Encomendada pelo Maat, a obra integra o projeto do jovem compositor portuense, Renascer, em torno do fado de Coimbra. Seguem-se-lhe duas peças de Shostakovitch rearranjadas para quarteto de cordas pelo compositor russo. O primeiro andamento, Adagio, nasceu de uma ária da ópera Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk, e o Allegretto pertence ao balé A Era de Ouro, Op. 22. Em Le Bal, inspirada em O Baile (1983), do realizador italiano Ettore Scola, Thierry Escaich retrata com o seu cunho pessoal vários estilos de dança dos ballrooms de Paris até à década de 1980 – da valsa ao disco, passando pelo slow e pelo tango. O compositor irlandês Ian Wilson escreveu So Softly (“tão suavemente”) depois de alguém se ter referido assim ao tom da sua voz. Obra espacial, que remete para o ritmo da respiração exigido na sua execução, é apresentada numa formação do quarteto diferente da habitual (saxofone alto, saxofone tenor, saxofone tenor, saxofone barítono).