Voz propõe uma dramaturgia entre o concerto e o espetáculo de teatro físico, com direção de Catarina Lacerda. Reúne em palco o Teatro do Frio e as Sopa de Pedra, grupo de investigação musical formado no Porto em 2012 e composto por dez mulheres com uma visão muito própria do cancioneiro popular português. O texto original é uma metamorfose de escritas: da comédia de enganos ao absurdo, da coralidade da tragédia grega à pop e à tradição oral, reequacionando ainda outras narrativas que urge ecoar. Experiência sonora, visual e imersiva, Voz relaciona o canto polifónico e a spoken word, assumindo a caixa de palco e seus mecanismos como arena conceptual. Nesse lugar de tensão entre o visível e o invisível, o audível e o inaudível, o risível e o grotesco, a conexão entre corpos e matérias estimula a imaginação e a experiência física e emocional do espectador. Cada palavra, como cada gesto, ressoa a partir da imaterialidade da voz.
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