Cratera retoma a pesquisa iniciada por André Braga e Cláudia Figueiredo em Climas, espetáculo coproduzido pelo Teatro Nacional São João em 2016. No centro deste novo projeto encontramos as propostas da Geopoética e de autores como Michael Taussig ou David Abram, que trazem o debate das questões ecológicas para um plano mais micro, ligado às pessoas, à sua sensibilidade e imaginário. A paisagem vulcânica – fecunda e ao mesmo tempo arrasadora – é o território de pesquisa eleito. “As ideias de taça, de útero, de rumores, de línguas estranhas, de imaginários intemporais, têm qualquer coisa de babélico que nos seduz.” Cratera coloca em relação a dança, o teatro, o som e o vídeo. Para a construção desta transdisciplinar “dramaturgia da paisagem”, procuram-se pontos de encontro entre a respiração topográfica, a etnoficção e os arquivos biográficos inscritos no corpo de cada um.